PT
A Teoria das Três Idades é o nome que se dá ao ciclo vital dos documentos. Partindo do arquivo do Teatro Experimental do Porto, abrimos gavetas, sacudimos o pó. Revisitamos recortes de jornal, telegramas, tabelas de ensaio, cortes da censura. Actas, contratos, relatórios de contas. Fotografias, gravações, programas de espectáculos… e, de repente, já não são só papéis. São histórias, são memórias, são pessoas. São sonhos por cumprir, são conquistas de vários anos. São divórcios, são casamentos, são beijos roubados na entrada do camarim. São vivos e mortos, são reais e imaginados. É um cruzamento entre o que lemos e o que imaginámos que aconteceu. É uma tentativa de recuperar a carta que não teve resposta. São aquelas vidas todas, que tal como um papel, também têm três idades. Não temos a certeza de como aconteceu. Isto é uma colagem, uma apropriação, uma tentativa.

EN
The Theory of the Three Ages is the name given to the life cycle of documents. Starting from the archive of the Teatro Experimental do Porto, I opened drawers, I shook off the dust, and I revisited newspaper clippings, telegrams, rehearsal schedules, cuts by the censorship board. And also meeting minutes, contracts, budget reports, photographs, recordings, theatre programs... and all of a sudden they’re not just papers anymore. They are stories, memories, people. They are dreams to fulfil, long fought conquests. They are divorces and marriages, kisses stolen backstage. They are the living and the dead, the real and the imagined. The play is at the crossroads between what we can read and what we imagine may have happened. It is the attempt to recover the letter that never got a response. It is all those lives that, like the piece of paper, also have three ages. We can’t be sure of how things really happened, and so it is a collage, an appropriation, an experiment.